terça-feira, 16 de setembro de 2008

Sexualidade e mercadoria

Difícil saber o que é real e surreal na época em que vivemos, onde tudo e todos são mercadoria.
Mais difícil é parar, ver e aceitar que nos tornamos mercadorias e que nos moldamos para que alguém se interesse pela mercadoria que oferecemos. 
Fácil parece falar, "Eu não sou mercadoria de ninguém".

Vivemos numa sociedade onde é permitido tudo, menos não lucrar.
"O sexo como mercadoria é tão antigo como a mais antiga das profissões."
O que é a prostituição, se não a venda do próprio corpo? 

Numa sociedade onde tudo é permitido, podemos procurar pelo serviço de uma prostituta ou um travesti que acharemos comum, aceitaremos; porém se essa mesma prostituta ou o travesti for visto num shopping, num restaurante, nós não os aceitaremos. É a transgressão à regra que nos foi imposta. Quem disse que uma prostituta ou um travesti não têm o direito de fazer e frequentar os mesmos lugares que heterossexuais e mulheres de outras profissões?
Ninguém disse! Nós cismamos com uma realidade mentirosa e inexistente. 

Vivemos numa era onde não existe mais o valor moral, é imoral não ter lucro.
Nos consideramos livres, mas somos submissos aos modelos e paradigmas que a sociedade cria. Revistas femininas por exemplo que colocam como chamada de capa "Descubra como atingir o ponto G", atraem milhares de mulheres que acreditam que uma revista realmente sabe onde está o tal ponto G. O sexo se tornou um molde, onde todos querem aprender igual. Daqui a pouco teremos cursos - "Aprenda a transar com a nova posição...". Tudo isso nada mais é que um kamasutra disfarçado. 

A burguesia faz ver o único pecado sem perdão: o pecado de não pagar. 
Vale a pena parar para pensar...
Que produto eu sou?
Uma bicicleta talvez? Só saio do lugar quando alguém me pedala.
Basta escolhermos, já que aceitamos e mergulhamos cada vez mais nas regras do mundo moderno. 

E como dia a música, A burquesia fede!

3 comentários:

Anônimo disse...

de fato mercadoria é o nosso corpo mesmo e temos que saber vendê-lo seja como produto sexual ou intelectual. Claro o apelo principalmente pela feminilidade na profissão é extrondoroso e muitas vezes deixamos de ser nós mesmos para se ser um pouco o que nossa "meta de venda" precisa.

Se parar para pensar, sexo não é a principal das situações para se viver ou buscar a felicidade. É facilmente possível dirigr numa estrada a ser chamada de alegria mesmo que onde o sexo como combustível possa ser facilmente trocado por algo mais significante e não tão carnal quanto ele, fazendo assim de nós um motor "flex" para abastecer as situações da vida com valores para nós muito mais reais.

Curti o texto =)

Ana Corso disse...

=*
só deixando uma marquinha.

bejo!

Anônimo disse...

Eh, a palestra de ontem te inspirou mesmo hein??? Me fez lembrar a aula do João no segundo semestre... qnd ele falou q não passamos de latinhas de molho de tomate na prateleira de supermercados... só não temos um elefante estampado na testa! hahaha
Bom texto Jucu, é bom escrever coisas leves e engraçadas, mas tb é preciso ter espaço para reflexões mais sérias! =]